Sérgio de Vasconcellos**
Companheiros.
1 – A finalidade desta Palestra, e reconheço a desproporção entre a
exiguidade da mesma e sua pretensão, repito, a finalidade é demonstrar que
Gustavo Barroso é Imortal, aliás, triplamente Imortal. Evidentemente, não estou
me referindo a Imortalidade da Alma, pois, como Integralistas, todos temos
certeza da mesma, mas, a outro tipo de imortalização.
2 – Gustavo Barroso foi jornalista, advogado, folclorista, educador,
político, sociólogo, historiador, mitólogo, museólogo, geógrafo, romancista,
contista, cronista, poeta, enfim, polígrafo de ilimitados recursos.
Sem exagero, o Brasil é abençoado por Deus, pois, sua floração de
intelectuais não tem concorrentes em outro País: Gonçalves Dias, Castro Alves,
Fagundes Varela, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Olavo Bilac, Alphonsus
Guimarães, Mário Pederneiras, Bernardino Lopes, José de Alencar, Joaquim Manuel
de Macedo, Bernardo Guimarães, Machado de Assis, França Júnior, Martins Pena,
Coelho Neto, Graça Aranha, Inglês de Souza, Franklin Távora, Domingos Olímpio,
Xavier Marques, Lima Barreto, Capistrano de Abreu, Rocha Pombo, Afrânio
Peixoto, Afonso Taunay, Oliveira Lima, Joaquim Nabuco, Campos Sales, Afonso
Celso, Oliveira Viana, Alberto de Oliveira, Euclides da Cunha, Couto de
Magalhães, Barbosa Rodriguês, Batista Caetano, Nina Rodriguês, Pandiá
Calógeras, Pires do Rio, Ronald de Carvalho, Jackson de Figueiredo, Eduardo
Prado, Tavares Bastos, Melo Morais, Sílvio Romero, João do Rio, Leonel Franca,
Farias Brito, Rui Barbosa, Alberto Torres e poderíamos ficar dias inteiros
enumerando os grandes escritores e pensadores Brasileiros e não terminaríamos a
relação... E Gustavo Barroso é um desses gigantes.
3 – Gustavo Barroso nasceu em Fortaleza, Capital do Ceará, em 29 de
Dezembro de 1888, tendo sua mãe falecida poucos dias após o seu nascimento, e
sendo o seu pai muito ocupado pelo trabalho, sua educação ficou aos cuidados da
avó e duas tias solteironas. Teve uma infância alegre, despreocupada e arteira.
Nos estudos, seu pai não permitiu a Escola Militar, então, foi
matriculado no Liceu do Ceará; posteriormente, ingressou na Faculdade de
Direito de Fortaleza, onde iniciou sua vida de intelectual, tendo publicado seu
primeiro artigo em 1906. Começa a participar da Imprensa no Ceará e a colaborar
com os Jornais do Rio de Janeiro, usando o pseudônimo que viria a tornar-se
famoso “João do Norte”. Em 1910, desiludindo-se com a política local, muda-se
para o Rio de Janeiro, onde fixa residência. Mas, no Rio, a vida não seria
fácil, passou fome, dormiu em bancos nas praças, passou muita necessidade, até
que conseguiu um emprego.
Retoma seus estudos de Direito, passa a colaborar no Jornal do
Commercio. No Rio de Janeiro, escreve e publica mais de 160 Livros, começando
por Terra de Sol (1912) e terminando por Mississipi (1961, editado
postumamente). Tendo publicado uma vintena de Livros entre 1912 e 1922(Ao Som da
Viola, Heróis e Bandidos, Pergaminhos, Praias e Várzeas, A Ronda dos Séculos,
Uniformes do Exército Brasileiro, etc.), que o projetaram nacional e
internacionalmente, e acaba sendo eleito para a Academia Brasileira de Letras,
em 1923.
A Academia Brasileira de Letras é uma instituição que reúne os mais
brilhantes literatos do Brasil. Fundada por Machado de Assis, suas quarenta
Cadeiras são disputadas. Pois bem, o lema da ABL, em latim, diz: “AD
IMMORTALITATEM”, para a imortalidade. Assim, eis Barroso imortal.
Mas, Barroso não se acomoda à glória e continua escrevendo e publicando
(Almas de Lama e Aço, Alma Sertaneja, O Annel das Maravilhas, Aquém da
Atlântida, Através dos Folclores, O Brasil em face do Prata, A Guerra do
Flores, A Guerra do Lopes, A Guerra de Artigas, A Guerra do Rosas, A Guerra do
Vidéo, Inteligência das Cousas, O Sertão e o Mundo, Luz e Pó, entre outros),
acumulando mais honrarias no Brasil e no Exterior. Em 1919 foi Secretário da
Delegação Brasileira à Conferência de Paz, em Paris, onde elaborou-se o célebre
Tratado de Versalhes. Em 1922, como coroação de um trabalho metódico, funda o
Museu Histórico Nacional, de que foi Diretor quase até sua morte em 1959.
4 – Em 1932, outro famoso escritor Brasileiro, Plínio Salgado, funda um
Movimento Político chamado Integralismo, cuja Doutrina é perfeitamente
sintetizada em nosso lema “Deus, Pátria e Família”.
Gustavo Barroso filia-se a esta nova corrente política em 1933. Barroso
era então um dos mais importantes intelectuais Brasileiros e sua adesão repercutiu
em todo o Brasil. Em breve, outros tantos e brilhantes Pensadores Nacionais
também se filiaram ao Integralismo: Tasso da Silveira, Câmara Cascudo,
Alcebíades Delamare, Mansueto Bernardi, Raimundo Padilha, Miguel Reale, Madeira
de Freitas, Ovídio Cunha, Hélder Câmara, Machado Paupério, Rocha Moreira,
Machado Florence, Contreira Rodriguês, Everardo Backheuser, Jaime Ferreira da
Silva, Américo Jacobina Lacombe, Belisário Pena, Helio Vianna, etc.
Barroso continua escrevendo: O Quarto Império, Espírito do Século XX,
Reflexões de um Bode, Brasil – Colônia de Banqueiros, O Integralismo e o Mundo,
O Brasil na Lenda e na Cartografia Antiga, O Livro dos Enforcados, Portugal –
Semente de Impérios, História Secreta do Brasil, A Palavra e o Pensamento
Integralista, História Militar do Brasil, O Integralismo de Norte a Sul, A
Sinagoga Paulista, O Integralismo em Marcha, Integralismo e Catolicismo,
Judaísmo, Maçonaria e Comunismo, Comunismo, Cristianismo e Corporativismo, O
que o Integralista deve Saber, etc.
Ora, o Movimento Integralista tem diversos Rituais, e um deles, dedicado
aos Integralistas falecidos, diz: “No Integralismo ninguém morre! Quem entrou
neste Movimento imortalizou-se no coração dos Camisas Verdes!” Eis aí
conquistada a Segunda imortalidade de Gustavo Barroso.
Escritor prolífico – só superado por Coelho Neto -, Barroso prossegue
editando seus Livros, paralelamente as suas atividades no Museu, na ABL, etc.:
As Sete Vozes do Espírito, Segredos e Revelações da História do Brasil, Quinas
e Castelos, Seca e Meca e Olivais de Santarém, História do Palácio do
Itamarati, Introdução à Técnica de Museus, Nos Bastidores da História do
Brasil, etc.
5 – Gustavo Barroso falece em 03 de Dezembro de 1959.
Gustavo Barroso batalhou incansavelmente pelo Povo Brasileiro, por sua
felicidade, e todos os seus esforços e lutas como Jornalista, como Secretário
de Estado, como Professor, como Deputado Federal, como Representante Brasileiro
em Conferências e Exposições Internacionais, como Político, como Membro
destacado da Academia Brasileira de Letras, como Fundador e Diretor do Museu
Histórico Nacional, etc., são a prova viva de sua dedicação ao nosso Povo, que
ele amava profundamente. Barroso faz parte da Galeria dos Heróis Nacionais, ao
lado de Tamandaré, de Raposo Tavares, de Pedro Teixeira, de Caxias, de André
Vidal de Negreiros, de Henrique Dias, de Felipe Camarão, de Osório, de
Alexandre de Gusmão, de Zumbi dos Palmares, de D. Pedro I, de José Bonifácio,
do Barão do Amazonas, de Rondon, de Dom Pedro II, da Princesa Isabel, de Carlos
Gomes, de Villa-Lobos, de Tiradentes, de Santos Dumont e tantos mais. Eis a
terceira Imortalidade de Gustavo Barroso, aquela que atribuímos aos nossos
Heróis Nacionais, que estão sempre vivos em nossa História e devem nos servir
permanentemente como modelos, como exemplos que devemos seguir diante da
Pátria, para engrandecê-la e nos tornarmos também Heróis Nacionais algum dia.
Assim, provamos por um exame sucinto da Vida e Obra de Gustavo Barroso
que ele é triplamente imortal: Imortal nas Artes, Imortal para os seus
Companheiros de Ideal Integralista, Imortal para a Nação Brasileira.
6) Integralistas, de pé!
Vou proceder à chamada do Companheiro Gustavo Barroso, antes, porém,
peço um minuto de silêncio.
Gustavo Barroso. Presente!
Companheiros, no Integralismo ninguém morre! Quem ingressou neste
Movimento imortalizou-se no coração de todos os Camisas Verdes.
Ao Anunciador do Quarto Império, ao Arauto da Quarta Humanidade, ao
Vanguardeiro da Nova Era, ao Trimegisto dos tempos modernos, ao Companheiro
Gustavo Barroso, três Anauês!
Anauê! Anauê!
Anauê!
*Palestra proferida nos Núcleos
Integralistas do Estado do Rio de Janeiro – NIERJ (FIB-RJ).
** Σ – Comerciante – Rio de Janeiro
(RJ).
Nenhum comentário:
Postar um comentário