Sérgio de Vasconcellos
Hoje corre mundo a afirmação de que Gustavo Barroso era racista,
acusação que ganhou ares científicos depois que “historiadores” passaram a
sustentá-la e divulgá-la. No entanto, como procedem os “ilibados”
pesquisadores? Pegam passagens em que Barroso fala de antissemitismo,
amputam-nas, descontextualizam-nas, adulteram-nas mesmo, e apresentam tais
trechos falsificados como “prova” incontestável que o nosso saudoso Companheiro
era racista. Nós, Integralistas, sabemos perfeitamente o que pensar desta
caterva, que de historiadores só possuem o rótulo, pois, são, na verdade,
marxistas se fingindo de pesquisadores. Mas, muitos Brasileiros se deixam
iludir pela pretensa cientificidade das provas apresentadas e, na
impossibilidade de verificar direta e pessoalmente as fontes, acabam por
curvar-se ao argumento de autoridade, afinal, estariam mentido tantos
professores, mestres e doutores? Sim, infelizmente, estão mentindo, mentindo
pela gorja, e o que estes canalhas escrevem não vale o que o gato enterra.
Mas, perguntar-me-ão, Barroso não falou em “antissemitismo”? Sim, de
fato, Gustavo Barroso empregou tal expressão, porém, toda a questão é esta:
Teria Gustavo Barroso, naquela época, o mesmo entendimento de “antissemitismo”
que o imposto pelos supostos historiadores que pontificam totalitariamente nas
Universidades ou mesmo pelo simples senso comum dos nossos dias? Para responder
de forma leal e sincera, transcreverei a seguir alguns trechos do Autor de “O
Integralismo em Marcha”.
Eis o que ele disse no "O Integralismo e o Mundo", pág. 17: "Separam-nos,
no entanto, diferenças profundas: O Fascismo se enraiza na gloriosa tradição do
Imperio Romano e sua concepção do Estado é cesariana, anti-cristã. O Estado
nazista é tambem pagão e se basêa na pureza da raça ariana, no exclusivismo racial.
Apoiado nêste, combate os judeus. O Estado Integralista é profundamente
cristão, Estado forte, não cesarianamente, mas cristãmente, pela autoridade
moral de que está revestido e porque é composto de homens fortes. Alicerça-se
na tradição da unidade da pátria e do espirito de brasilidade. Combate os
judeus, porque combate os racismos, os exclusivismos raciais, e os
judeus são os mais irredutiveis racistas do mundo" (Gustavo Barroso,
"O Integralismo e o Mundo". 1ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1936, 290 págs.).
Ora, Barroso, julgava o seu "anti-semitismo" uma forma de
ANTI-RACISMO e não de racismo, e isso pode ser confirmado pela seguinte
passagem de "Judaísmo, Maçonaria e Comunismo", pág. 10: "Entre
nós, o anti-semitismo não póde provir dum sentimento racista, porque o
brasileiro é eminentemente contrário a qualquer racismo; porém, dêsse sentido
exatamente anti-racista. O que traz o mundo nos sobressaltos continuos
atuais, minado pelo revolucionarismo e pelo terrorismo, é justamente o racismo
judaico. O judeu não se mistura com outros povos, mantem através dos séculos a
pureza de sua raça, e, dentro das outras nações, alicerçado nêsse racismo,
conserva a sua nacionalidade, feito um Estado dentro do Estado"(Gustavo
Barroso, "Judaísmo, Maçonaria e Comunismo". Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1937. 235 págs., il.). Portanto, paradoxalmente, ele
era um "antissemita" por ser antirracista... Evidentemente, não estou
entrando no mérito da justeza ou não da apreciação barrosiana sobre os judeus,
só estou dizendo que ele não se entendia como racista, e atribuir a ele
intenções racistas redundará numa compreensão viciosa e viciada do seu
Pensamento. Também não pretendo tapar o Sol com a peneira, pelo contrário,
estou querendo impedir que seus raios sejam interceptados por algum material
opaco...
Não concordo, não posso concordar que se coloque o Pensamento Barrosiano
numa camisa de força ideológica, pré-estabelecida, que assim pode ser
caracterizada: Todo o antissemitismo é racismo; ora, Gustavo Barroso era antissemita,
logo, Gustavo Barroso era racista. Sinto, me perdoem, mas não posso compactuar
com tal silogismo – um belo sofisma! -, um reducionismo que não esclarece coisa
alguma, ao contrário, só serve para dificultar a apreensão e compreensão da
Obra Barrosiana em sua especificidade.
Já transcrevi aqui dois trechos de Gustavo Barroso, em que ele diz
claramente que o seu antissemitismo não é racismo. Que ele não enfocava esse
tema sobre o prisma racial, ele o diz desde a primeira Obra em que aborda a
“Questão Judaica”(como se dizia na época), “Brasil, Colônia de Banqueiros”,
onde afirma na pág. 71: “O anti-semitismo é muito mais antigo que o
cristianismo. Nem foi creação dêste. Porque o judaísmo foi o problema mais
dificil e perigoso de todos os tempos, não como problema racial ou
religioso; porem como problema politico e econômico”(Gustavo Barroso,
“Brasil, Colonia de Banqueiros. 2ª edição. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1934, 259 págs.).
Vejam o que diz Barroso no “Judaísmo, Maçonaria e Comunismo”, pág. 128: “Não
somos racistas e encontramos apesar de natural simpatia pelo Nazismo, graves
defeitos no racismo germanico, os mêsmos que brilhantemente aponta Pierre
Lucius no seu livro “Les Révolutions Étrangéres”. Um brasileiro profundamente
brasileiro e ao mesmo tempo descendente de raças as mais diversas só por um
contrasenso seria racista. Aliás, o estudo constante e amoroso de nossa
história mostra que a Nação brasileira é o produto de um espirito de
continuidade, de um sentimento e de um pensamento comuns, sem cor de pele ou
indagação de procedencia. “Então, por que combate sem coerencia o judaismo?
Perguntarão os abelhudos. E responde-se, serenamente: Combate-se o
“racismo judaico” em nome da ausencia de racismo brasileiro. Não se pode
admitir que o povo de Israel entenda de se não misturar com os outros, de ser
um quisto irredutivel no seio de todos os povos; não se póde admitir que os
judeus nascidos no Brasil pertençam a “colonias israelitas” e a toda a espécie
de organizações israelitas públicas e secretas”(Gustavo Barroso. “Judaismo,
Maçonaria e Comunismo”. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1937, 235
págs., il.).
No livro “Sinagoga Paulista” – que tanta celeuma causou -, no meio de um
capítulo em que critica um judeu paulista, revela nas págs. 68 e 69, que o
filho do dito judeu é Integralista e mais, que esperava que o mencionado judeu
“imite o filho, vista uma camisa-verde e venha trabalhar conôsco”(Gustavo
Barroso, “Sinagoga Paulista”. 3ª edição revista e com acrescimos. Rio de
Janeiro: Empresa Editora ABC, 1937, 281 págs.). Ora, se Barroso fosse um antissemita
racista, não seria mais lógico que ele combatesse a entrada de judeus na A.I.B.
ao invés de concitá-los a vestir a Camisa-Verde?
Poderia multiplicar as citações, mas, para quê? Afinal, para os
inteligentes, as que fiz serão suficientes. Para os demais, basta o dito de
nosso sábio Povo: Quem é burro, pede a Deus que o mate e o diabo que o
carregue.
Não conheci Barroso, mas, fui amigo pessoal de vários Integralistas que
o conheceram e privaram de sua amizade – só para citar um, o Companheiro
Benedicto de Aquino, que aparece depondo no filme “Soldados de Deus” -, e,
posso afirmar com tranquilidade e certeza do que estou dizendo que, Gustavo
Barroso não nutria qualquer preconceito racial em relação aos judeus. Ninguém é
obrigado a acreditar na minha palavra, mas, isso não alterará a verdade em
nada.
Só quero deixar bem claro que, não tirei da Obra de Barroso nada que ela
não contivesse, ao contrário dos pseudo-historiadores, que atribuem a Barroso
opiniões que ele nunca externou. Barroso não era racista, e os que prosseguirem
mantendo este julgamento, não estão mais no terreno da razão, mas, no da
crença, crença pessoal e ideológica, de que Barroso era racista. Não conheço
toda a Obra de Gustavo Barroso, que é imensa - só perde para Coelho Netto em
número de livros publicados -, mas, já li todos os seus Livros Integralistas,
vários anteriores ao Sigma, e diversos posteriores ao fechamento ilegal da
A.I.B. pelo funesto Estado Novo, e adianto que nada encontrei neles que
justificasse a afirmação de que Gustavo Barroso era racista. Portanto,
concluindo, não estou no terreno da crença, mas, no da Verdade, no da autêntica
Ciência Histórica, no terreno dos fatos e dos documentos, e, portanto, posso
afirmar com toda a Razão: Gustavo Barroso era antirracista.
Antes de finalizar, não posso deixar de abordar um aspecto que ficou em
aberto mais acima: Não seria exagerada a opinião de Gustavo Barroso em atribuir
aos judeus uma posição racista? Ora, todos nós que convivemos com judeus, por
qualquer razão, podemos dar o nosso testemunho de que os mesmos não são
racistas, muito pelo contrário. Então, como explicar a surpreendente
generalização de Barroso? Na época em que escreveu sua denúncia, a maioria dos
judeus no Brasil era de estrangeiros, recém-chegados, portanto, com as cautelas
comuns aos imigrantes – judeus ou não -, o que reforçaria o estereótipo do
judeu que não quer integrar-se na Vida Nacional. Nós, que vivemos sete décadas
depois, quando duas gerações de judeus – filhos e netos daqueles imigrantes -,
não só nasceram, mas se deixaram assimilar perfeitamente pelo nosso Povo, sendo
bons Brasileiros, sem os pruridos exclusivistas de seus avós, temos uma visão
da colônia judaica de que não poderia dispor o ínclito Gustavo Barroso.
Evidentemente, não estou dizendo que não existam judeus racistas, eles existem
e são ativos, como o prova – só para citar um exemplo -, o artigo da revista
judaica “Veja”, de tempos atrás, onde os judeus – também tomados
generalizadamente – são apresentados como superiores aos demais Povos.
Outrossim, entre os próprios judeus há manifestações de anti-judaismo, e
exemplo famoso e inquestionável é o do judeu Kyssel Mordechai, mais conhecido
por Karl Marx, que no seu “A Questão Judaica”, denuncia generalizadamente o
judaísmo. Portanto, se algum fanático, desses que veem nazistas até debaixo da
cama, quiser vir com acusações ridículas, sugiro que vá primeiro fazer uma autocrítica
junto dos seus pares e depois, venham... nos pedir desculpas – aos
Soldados de Deus e da Pátria – pelas injúrias que sempre assacaram contra o
Integralismo.
(Obs.: Em todas as
transcrições conservei a ortografia da época)
Fonte: http://integralismo.blogspot.com.br/2010/05/gustavo-barroso-racista-sergio-de.html
Fonte: http://integralismo.blogspot.com.br/2010/05/gustavo-barroso-racista-sergio-de.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário