As Forças Ocultas
I – A maçonaria
Gustavo Barroso
Demos o primeiro lugar, entre essas forças ocultas,
à maçonaria por ser a mais antiga, tanto no mundo como no Brasil. Não
esqueçamos seu relevante papel ao tempo de Dom Pedro I, o grão mestre
Guatimozin, nem sua ação, às vezes visível, em todos os grandes acontecimentos
da nossa história. As ligações entre a maçonaria e o judaísmo têm sido provadas
à saciedade inúmeras vezes por grande número de autores. Seus símbolos, passes,
palavras, títulos são todos judaicos. Seus grandes orientadores, judeus. Ela é
internacional como o judaísmo, o capitalismo e o comunismo. É um Grande Oriente e
não um Grande Ocidente...
Por uma circular constante do “Boletim do Grande
Oriente do Brasil” de junho de 1935, o Soberano Grão Mestre declara que, em
tese, “a maçonaria não faz política de partidos; é instituição que está acima
dos partidos”. Essa circular declarava-se simpática à Aliança Nacional
Libertadora. Outra condenava o Integralismo. Entretanto, um parecer do Sr.
Artur Murat do Pilar, membro do Sacro Colégio e chanceler da Ordem
do Grande Oriente do Brasil, opinou a 23 de Setembro de 1935 que não havia
razão para a maçonaria condenar o Integralismo como subversivo, porquanto lealmente
reconhecia que no manifesto Integralista, “apreciado no seu conjunto,
não há uma declaração positiva que autorize a segurança da citada afirmação”.
Há nesse parecer trechos que merecem ser citados:
“A comissão também não pode aceitar a extensão que se quer dar aos bons
costumes exigidos pela maçonaria para a iniciação de qualquer profano,
ligando-os estreitamente à noção de ordem pública. Sua pátria
restringe-se à vida doméstica e à atividade do maçon...”.
Vê-se pela própria declaração por escrito da
maçonaria, oficialmente, que ela não admite a ideia de pátria no maçon. Com a
sua vida secreta, destrói a pátria, pois que a do maçon é a sua atividade
maçônica. O Integralismo vive e age às claras. O Integralismo constrói uma
pátria. É impossível, pois, qualquer aliança ou ligação entre ele e a
maçonaria. A ausência de pátria implica no internacionalismo, que é
eminentemente judaico e se exprime na forma capitalista e na forma comunista,
quer no âmbito público, quer no âmbito maçônico. O Integralismo, sendo contra
qualquer internacionalismo que dissolva as pátrias é contrário à maçonaria.
Além disso, é forçoso convir que ninguém se reúne
secretamente, com cuidados de toda a sorte, para fazer coisa boa. O que é bom
se faz em público, claramente. Muito maçon há que ainda não percebeu a verdade
do que existe oculto por trás das primeiras camadas que são as únicas que lhe
deixam ver. Um dia rasgar-se-á o véu do templo e recuará horrorizado.
A maçonaria contraria hoje o sentido, o espírito do
século XX com o ridículo romantismo do seu ritual secreto. Isso não seduz mais
as mentes da mocidade. Ela quer luz, amplidão, as grandes massas em formatura,
as esquadrilhas de aviação rosnando no azul, as florestas de braços verdes que
se erguem e abaixam, os gritos bárbaros que ecoam no espaço ensolado, a força
duma nação moça ostentando-se à luz do dia.
Nenhum moço quer mais saber de templos ou cavernas
forradas de negro ou de vermelho, de tíbias cruzadas e de caveiras, de
esqueletos no fundo de alcovas ou de bodes pretos satânicos, de embuçados e de
punhais, de testamentos filosóficos e de juramentos terríveis.
O século XX é um século arejado, de janelas abertas
e sem teia de aranhas.
A maçonaria brasileira, segundo o capítulo XIII da
“Constituição”, inserta no “Código Maçônico”, mantêm representantes junto às Potências
Maçônicas Estrangeiras e delas recebe representantes. É, pois, um
Estado secreto em ligação, pelo menos diplomática, com outros Estados que a si
mesmos se denominam potências. Se si abrir o “Regulamento Geral”,
também inserto no aludido código, veremos pelo capítulo I que a maçonaria tem
quatro poderes: legislativo, judiciário, litúrgico e executivo. Um Estado no
Estado.
A afirmação de que a maçonaria não é política, não
se mete na política, não procede. Seus próprios documentos a desmentem e provam
que é eminentemente política. Leiamo-los: “Convent du Grand-Orient”, 1929, pág.
48: “Quando um maçon é recebido numa loja, presta juramento: si é deputado, é
responsável perante seus eleitores, mas também o é perante nós”. Idem, 1888,
págs. 529-530: “Organizamos no seio dos parlamentos verdadeiros sindicatos de
maçons”. Idem, 1923, pág. 365: “Os parlamentares maçons, que são de certo modo
emanação da ordem, devem, durante o mandato, continuar tributários dela... Sua
grande obrigação é jamais esquecer os princípios maçônicos que permitiram sua
carreira política e nunca deixar de prestar contas às suas lojas”. Idem, 1922,
pág. 362: “Deve se sentir a maçonaria em toda a parte; não se deve descobri-la
em parte alguma”.
Que é isso senão política e política não em prol
dos interesses nacionais, porém dos interesses maçônicos?
A falecida “A Manhã”, no seu número de 14 de
Novembro, salvo engano, publicou com estrondo a notícia da “deflagração de
formidável combate ao fascismo brasileiro” pelos militares-maçons de Curitiba.
Ora, o mais curioso foi terem alguns oficiais do exército assinado um telegrama
notório a esse respeito, destinado ao deputado Plínio Tourinho, sem que o sr.
Ministro da Guerra houvesse tomado a menor providência contra eles.
O general João Gomes declarou em documento público
que vestir uma camisa verde era “vilipendio” e prendeu o coronel Newton Braga,
porque com essa camisa fez uma conferência pública sobre a viagem do “Jahú”.
Entretanto, s. ex. não proíbe seus oficiais de usarem secretamente o avental e
as faixas da maçonaria. No Integralismo, tudo é público, até o juramento que o
Chefe suspendeu para os militares. Na maçonaria, tudo é secreto, inclusive o
“testamento filosófico” e o juramento. Maiores razões teria o sr. ministro, se
fosse justo, de impedir a entrada de seus comandados numa associação de caráter
secreto e suspeito, do que num partido político que age às claras.
Além disso, o Integralismo é todo brasileiro, não
tem a menor ligação com instituições ou organizações de fora do país enquanto
que a maçonaria, apesar de suas negativas, é internacional, como o comunismo, o
judaísmo, estando unida aos Grandes Orientes do oco do mundo... Tanto assim que
um fascista ou um nazista, vindo ao Rio, nada tem com o Integralismo e nem
serão incluídos nos seus quadros; mas um maçon inglês ou chinês será recebido
em qualquer loja “brasileira” e desde que “se regularize” funcionará nela, com
o mesmo direito que os brasileiros.
Dizem os ignorantes que a maçonaria nada mais vale,
e os cegos que ela não passa duma simples instituição de caridade. Instituição
de caridade secreta, não é? Em verdade, a maçonaria é, simplesmente, como diz
um amigo meu, a “fábrica de judeus artificiais”.
A maçonaria ajuda seus membros a arranjarem
empregos, fama e fortuna. O que uns obtêm duramente, pelo seu esforço constante
e mérito próprio, os maçons conseguem à custa do auxílio mútuo dos “irmãos”, em
detrimento dos que não são “irmãos”, dos “profanos”. Como de há muito, segundo
estudos e documentos conhecidíssimos, a maçonaria esteja sob o domínio do
judaísmo internacional, o maçon não passa, às vezes, sem se aperceber, dum
escravo dos judeus.
O judeu-judeu, o legítimo, age fora dos países,
para comprá-los, escravizá-los, o maçon-judeu artificial age dentro de cada
pátria, vendendo-a, auxiliando o trabalho da escravização. Isso dá lugar a
inúmeros crimes que se ocultam sob o biombo das três palavras mágicas: Liberdade,
Igualdade e Fraternidade.
A própria maçonaria se encarrega de desmenti-las.
Peado pelos seus juramentos de obediência cega e pelo segredo, o maçon é o ente
menos livre deste mundo. Escalonados em graus hierárquicos, não há a menor
igualdade entre eles na escala do mando, dos conhecimentos, das honrarias e dos
segredos. A sua fraternidade é falsa, porque existe somente entre si, entre os
irmãos, não alcançando os profanos. Toda fraternidade que não seja sem limites,
universal, não é fraternidade, passa a ser “coterie” e produz efeitos
contrários aos da verdadeira fraternidade.
Pelo covenant de setembro de 1934, do Grande
Oriente de França, como resultado do parecer sobre a tese A – “Estudos das doutrinas
fascistas e dos meios de combatê-las”, a maçonaria resolveu bater-se pela
“dissolução das organizações armadas”. Vimos o que fez nesse sentido no Brasil
e estamos vendo o que está fazendo em França. Maçonaria e fascismo são inimigos
natos.
Pela maçonaria, o judaísmo controla em vários
países a distribuição de empregos públicos, de modo a influir na marcha da administração.
Sua influência nos exércitos pode ser medida por aquele doloroso e vergonhoso
”affaire des fiches”, que fez com que, em pleno parlamento, o deputado Syveton,
destinado a ser morto pela maçonaria, esbofeteasse o ministro da guerra,
general André.
Como as influências judaicas, diretamente ou
indiretamente, governam o mundo, agindo melhor naqueles que não acreditam nelas
e julgam essa história de judaísmo invenção louca de Hitler ou conto “á dormir
debout”, aí temos a diferença de tratamento pelo ministro da Guerra a oficiais
maçons e integralistas: aqueles podem continuar a prestar seu juramento secreto
e a vestir o avental da acácia, porque o fazem ocultamente; estes não devem
jurar em público, nem vestir a camisa verde na rua, à luz do sol ou em recintos
em que todos podem entrar.
Escondido, com senhas, contrassenhas, palavras de
passe, linguagem figurada e sinais ocultos de reconhecimento, o militar não
sofre vilipendio, embora se transforme num “judeu artificial”. Às claras,
erguendo o braço, bradando anauê, ostentando a camisa verde e pregando a defesa
da pátria com suas instituições e tradições, sim, estará vilipendiado.
Em verdade, vivemos numa época de tanta confusão
que, para muitos, um avental vale mais do que uma camisa...
(Gustavo Barroso. Espírito
do Século XX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1936, 290 páginas;
transcrito das páginas. 63 até 72.)
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