quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Opinião de Gustavo Barroso sobre Plínio Salgado

No dia 11 de Junho de 1937, as Cortes do Sigma proclamaram solenemente Candidato da Acção Integralista Brasileira à Presidência da República ao Chefe Nacional Plínio Salgado.

O discurso de encerramento daquela histórica Solenidade foi proferido por Gustavo Barroso, Secretário Nacional de Educação da A.I.B., em meio ao qual declarou o seguinte sobre o Chefe Nacional Plínio Salgado:

"Reparae - exclama o orador - a grande differença que existe entre o Chefe Nacional e os chefes dos outros movimentos, não iguaes, mas parallelos. Todos esses movimentos tiveram os seus precursores e os seus realizadores.
"No Brasil não há precursores. Plínio Salgado é o primeiro e o único".


("Monitor Integralista", Rio de Janeiro, 17 de Junho de 1937, Anno V - Num. 21 - págs. 3. Foi conservada a ortografia do original)

FONTE: http://integralismo.blogspot.com.br/2010/08/opiniao-de-gustavo-barroso-sobre-plinio.html

Capitalismo "versus" comunismo

Os Companheiros Robson Peixoto, Eduardo Ferraz e Sérgio de Vasconcellos junto ao Busto de Gustavo Barroso, no Museu Histórico Nacional (Rio de Janeiro, 20/01/2008)

Gustavo Barroso

O Integralismo bate-se contra dois regimes, duas forças, dois inimigos, que parecem contrários um ao outro, que aparentemente se chocam, mas que na essência são irmãos, se entendem, se combinam muitas vezes por trás dos bastidores. Uma dessas forças é simplesmente o inverso da outra. Ambas não passam do positivo e do negativo da mesma chapa fotográfica. São o capitalismo e o comunismo.

O capitalismo destrói a propriedade do maior número em benefício da posse nas mãos de pequeno número; destrói a pátria com a finança internacional, o capital que emigra ao sabor de suas conveniências, sem se sacrificar por este ou aquele país, obediente ao lema: "o dinheiro não tem pátria"; destrói a família pelo luxo, a orgia, os gozos, a perda da noção de honra ante o poder do dinheiro; destrói Deus com a sua concepção materialista da existência, a adoração do Bezerro de Ouro, o mamonismo.

Vivendo de explorar a maioria da sociedade, arranca-lhe as últimas migalhas para aumentar seus proventos e fica indiferente, inerte, ou simplesmente limitado a uma caridade formalista e cabotina, diante do sofrimento dos trabalhadores. Isso gera a revolta dos que têm fome e veem os filhos com fome. A ostentação do luxo e do sensualismo irrita os deserdados da sorte. O exemplo da incredulidade e do ceticismo nacional os invade

Então, o capitalismo que grou todas essas destruições, na sua ânsia de possuir, além do poder do ouro, conjuntamente, o poder político e dominar o mundo, assopra, às massas que tornou rebeldes e descrentes, como único remédio às suas dores o ideal comunista: destruição definitiva da propriedade pelo capitalismo de Estado; destruição definitiva da família pelo amor livre, o aborto oficial e a entrega dos filhos ao Estado; destruição definitiva da pátria pela sua inclusão numa União Soviética pertencente a uma Internacional numerada, o comunismo é internacional como o capitalismo; destruição definitiva da ideia de Deus pelas campanhas pró-ateísmo.

Vê-se claramente que o comunismo não reage contra o capitalismo, como falsamente apregoa. Antes pelo contrário. Quintessência seus princípios. Torna definitiva as destruições que ele iniciou. Conclui os arrasamentos. Completa-o. Coroa-lhe a obra.

Essa obra é a obra de dominação universal. Ela se processa por dois flancos contra a sociedade moderna. Dum lado, avança o capitalismo internacional com a artilharia pesada dos empréstimos, da usura, das concessões, dos monopólios que arrancam a última camisa dos povos. Do outro, vem a cavalaria cossaca do comunismo internacional, que escravizará os povos inteiramente ao desabrigo, com a matança das elites, com o terrorismo asiático.

O capitalismo internacional é o capitalismo dos grupos financeiros. O comunismo internacional é, como pontificou Lenine, o "capitalismo de Estado". Este nasce daquele, amplia-lhe a órbita de influência e ação. No capitalismo, os grupos têm somente o domínio do dinheiro com o qual influenciam o governo, o poder. No comunismo, os grupos se apoderam do Estado, além do dinheiro, ficando também de posse das proles, dos indivíduos escravizados, de todos os meios de produção, da riqueza dos países. Ao proletário, o capitalismo deixou ao menos a prole; o comunismo até a prole lhe arranca.
Sendo complemento do capitalismo, o comunismo não pode ser remédio preciso para a angústia social de nosso século. Mascara-se de reação tão somente. Eis porque, aprofundando bem a questão, se verifica que o capitalismo não é visceralmente contrário ao comunismo. O remédio é o Integralismo que combate os dois e é combatido pelos dois.

Por que esse combate sem piedade?

Imaginemos que um dia os bacilos de Koch tivessem imprensa diária, com matutinos graves e vespertinos que tirassem oito ou nove edições, iludindo o público com seus títulos enormes e vazios. Que faria em primeiro lugar essa imprensa? Cerradíssima campanha contra os específicos contrários ao micróbio da tuberculose, contra o pneumotórax, os fortificantes, os sanatórios, o clima de Davos e Campos do Jordão. Naturalmente. Não cairia na tolice sem par de elogiar o micróbio da peste branca, muito menos a própria enfermidade. Mas trataria de demonstrar a defeituosa manipulação dos remédios, a ineficácia dos fortificantes, os defeitos dos sanatórios, os inconvenientes do pneumotórax e a insalubridade de Davos e Campos do Jordão. 

A imprensa amilhada procede do mesmo modo. Ela não cai na esparrela de elogiar os usurários capitalistas e comunistas; porém apregoa, adulterando os fatos e os textos, os defeitos e perigos do Integralismo. Ora, afastada da competição a doutrina integralista, que resta hoje em dia ao cenário social? O liberalismo e o comunismo. Toda a gente está farta de saber que o liberalismo já deu o que tinha de dar, está morto e cheira mal. Então, logicamente, a obra de derrotismo da imprensa contra o Integralismo é obra de incentivo comunista. Mais uma vez, capitalismo e comunismo estão de parceria, embora aparentemente se finjam adversários.

A única reação possível contra o capitalismo-comunismo é o Integralismo. Porque, em primeiro lugar, afirma Deus como a suprema norma moral do Universo.  O fiel regulador do Bem e do Mal não pode ser entregue ao homem ou às instituições humanas, que são variáveis e contingentes no tempo e no espaço. Imutável e eterno, ele somente pode estar fora da humanidade. Não há, pois, moral sem Deus. Não havendo moral, não pode haver justiça social e, se não há justiça social, não há pão para todos.

Quando o comunista brada por pão, exige um simples fundamento material, o menos que pode exigir. Quando o Integralista afirma Deus afirma o mais, afirma o princípio único de que decorre aquele fundamento.

Porque, em segundo lugar, assegura a propriedade, resultado do trabalho honesto, condenando a posse, às vezes legal e na maioria dos casos ilícita, dos bens mal adquiridos. A propriedade é a projeção do homem, no espaço, do mesmo modo que a família é a projeção do homem no tempo. Essas projeções são inerentes à sua natureza e se completam. O erro liberal está em conceder ao homem somente direitos de proprietário sem exigir-lhe os deveres que o habilitam a esses direitos. O erro comunista está em abolir esses direitos. O Integralismo reconhece uns em função dos outros, proclama-os e garante-os.

Porque, em terceiro lugar, afirma a família como base natural e eterna da sociedade, o primeiro grupo humano, o grupo biológico, que variou nas formas, conforme, conforme os ciclos culturais, mas que foi invariável na essência. Da família nasceu a tribo, da tribo a cidade ou a nação. Nos povos primitivos, as cidades e as nações guardavam a memória das tribos e as tribos, a das famílias, iniciais. Vede-as em Roma; vede o culto às famílias iniciais de Ba-Hô, na velha China. Afirmar a família é mais do que afirmar somente a liberdade, como fazem certos comunistas. O indivíduo isolado torna-se fraco. Reunido a outros, fortalece-se. Se essa união, além de outros laços, tem os do afeto e do sangue, mais forte se torna, sobretudo moralmente. A família é, pois, o núcleo basilar da liberdade moral do homem. Mergulhado na massa comunista, o indivíduo se torna um divíduo, uma parcela  sem personalidade. Quem não tem personalidade não pode ter liberdade, porque liberdade é afirmação. Afirmação é consciência. E a personalidade do homem se reforça, apoia e emoldura na família.

Quando o comunista brada por liberdade exige o menos, exige uma simples função. Quando o Integralista afirma a família, afirma o máximo, afirma o órgão capaz dessa função.

Porque, em quarto lugar, afirma a pátria como uma comunhão dum território e do espírito dum povo, uma comunhão de interesses materiais, de sentimentos, de dores, de esperança, de anseios, de alma, - o casamento dum solo e dum povo, na frase de Renan. A pátria é a posse de um chão, posse material e moral. Sem essa posse, não é possível garantir terra a nenhum filho do mesmo país. A terra internacionalizada é de todos os povos.

Quando o comunista pede terra, pede o menos, a superfície arável, plantável, trabalhável, capaz de produzir searas ou pastos. Quando o Integralista afirma a pátria, afirma o máximo, a terra em superfície e em profundidade, em toda a sua força  material de produção e com toda a sua força moral de projeção no passado e para o futuro, a terra adubada com as cinzas de seus antepassados.

Combater o capital - hipertrofia do indivíduo, hipertrofia do grupo, hipertrofia da sociedade anônima, hipertrofia da finança internacional, hipertrofia, afinal, do Estado com o Capitalismo de Estado de Lenine, é um trabalho de Hércules. O Integralismo não se arreceou de meter ombros à empresa. É por isso tão anticapitalista quanto anticomunista.

(Publicado originalmente no Livro de Gustavo Barroso, O Espírito do Século XX, [1. ed.], Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1936. Transcrição feita do Periódico "O Integralista", do Rio de Janeiro.)

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

CARTA À MOCIDADE BRASILEIRA



Gustavo Barroso.

Moços do meu Brasil,

O crepúsculo que Barbusse previu logo depois da grande guerra alastra pelo mundo as suas sombras tristes. O liberalismo impotente e hipócrita agoniza. O credo comunista cria duas humanidades, declarando que nem a morte apaga o antagonismo entre o operário e o burguês. Mais horrendo que o fantasma das discórdias civis, se ergue o espectro da guerra das classes. Ao embate das contradições, o nosso país corre para o naufrágio. Só a mocidade, que é o futuro, lhe resta como tábua de salvação, somente ela é capaz de renová-lo, como, ao som da Giovinezza, reformou a Itália, consertou Portugal e redimiu a Alemanha.

Do alto das serranias do meu pátrio Ceará, quando o sol inclemente das secas combure os esqueletos das caatingas e todo o sertão imenso se alonga nu e preto, as copas verdes dos juazeiros úteis e heroicos, cuja sombra abriga a rês sequiosa e o vaqueiro emagrecido, cuja rama e cujo fruto alimentam o gado e o retirante, pontilham a desolação. Quanto mais a estiagem se prolonga, quanto mais a canícula dos longos dias de estio calcina a terra infeliz, e mais cresce a solidão, e mais aumenta a agonia, mais viçoso, mais belo, mais senhoril e mais verde pompeia o juazeiro, como um estandarte de Esperança!

Sede como o juazeiro, moços do Brasil! Sede como o juazeiro, eretos, varonis e sempre cheios de fé, tanto mais eretos, mais varonis e mais cheios de fé quanto mais cresçam as dores, e aumentem as provações e se multipliquem as dificuldades!

Meu olhar se espraia pelos largos horizontes da Pátria e avista as negras nuvens que ficaram para trás, e os nimbos escuros que se adensam à nossa frente. A complexidade dos problemas nacionais desafia o esforço da geração nova. Na vasta planície lamacenta dos preconceitos e da inércia, das chatices e dos conchavos pessoais, os moços idealistas, ainda não contaminados pelas baixezas do ambiente, são os úteis e heroicos juazeiros verdes em que residem as derradeiras esperanças do Brasil, moços de hoje, homens de amanhã, construtores da futura sociedade.

Unicamente vós podereis opor barreiras intransponíveis ao alude das maiorias incapazes e aos assaltos das minorias estéreis que guerreiam a arte e a ciência, que combatem os mais altos, nobres e sagrados ideais humanos, pretendendo reduzir o panorama das pátrias a pântanos peçonhentos ou monótonas estepes moscovitas. Somente a mocidade poderá salvar o mundo.

Falo-vos com o coração, do meio do caminho de minha vida, em que não pratiquei um ato de que me possa envergonhar. Falo-vos com a convicção duma doutrina e com a força dum idealismo construtor. São já demasiadas as ruínas que enchem a superfície da terra. Antes de descer a ladeira sombria da montanha que trabalhosamente subi, sorrio de prazer, porque avisto por cima da paisagem causticada de sol, agitados ao vento da manhã radiosa, os verdes e gloriosos estandartes da mocidade!

(Transcrito na íntegra da página 07 até a 12 do Livro “O Integralismo em Marcha”. 1. ed. Rio de Janeiro: Schmidt, Editor.  1933.)

FONTE: http://integralismo.blogspot.com.br/2013/03/carta-mocidade-brasileira.html

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Gustavo Barroso, racista?

Sérgio de Vasconcellos

Hoje corre mundo a afirmação de que Gustavo Barroso era racista, acusação que ganhou ares científicos depois que “historiadores” passaram a sustentá-la e divulgá-la. No entanto, como procedem os “ilibados” pesquisadores? Pegam passagens em que Barroso fala de antissemitismo, amputam-nas, descontextualizam-nas, adulteram-nas mesmo, e apresentam tais trechos falsificados como “prova” incontestável que o nosso saudoso Companheiro era racista. Nós, Integralistas, sabemos perfeitamente o que pensar desta caterva, que de historiadores só possuem o rótulo, pois, são, na verdade, marxistas se fingindo de pesquisadores. Mas, muitos Brasileiros se deixam iludir pela pretensa cientificidade das provas apresentadas e, na impossibilidade de verificar direta e pessoalmente as fontes, acabam por curvar-se ao argumento de autoridade, afinal, estariam mentido tantos professores, mestres e doutores? Sim, infelizmente, estão mentindo, mentindo pela gorja, e o que estes canalhas escrevem não vale o que o gato enterra.
Mas, perguntar-me-ão, Barroso não falou em “antissemitismo”? Sim, de fato, Gustavo Barroso empregou tal expressão, porém, toda a questão é esta: Teria Gustavo Barroso, naquela época, o mesmo entendimento de “antissemitismo” que o imposto pelos supostos historiadores que pontificam totalitariamente nas Universidades ou mesmo pelo simples senso comum dos nossos dias? Para responder de forma leal e sincera, transcreverei a seguir alguns trechos do Autor de “O Integralismo em Marcha”.
Eis o que ele disse no "O Integralismo e o Mundo", pág. 17: "Separam-nos, no entanto, diferenças profundas: O Fascismo se enraiza na gloriosa tradição do Imperio Romano e sua concepção do Estado é cesariana, anti-cristã. O Estado nazista é tambem pagão e se basêa na pureza da raça ariana, no exclusivismo racial. Apoiado nêste, combate os judeus. O Estado Integralista é profundamente cristão, Estado forte, não cesarianamente, mas cristãmente, pela autoridade moral de que está revestido e porque é composto de homens fortes. Alicerça-se na tradição da unidade da pátria e do espirito de brasilidade. Combate os judeus, porque combate os racismos, os exclusivismos raciais, e os judeus são os mais irredutiveis racistas do mundo" (Gustavo Barroso, "O Integralismo e o Mundo". 1ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1936, 290 págs.).
Ora, Barroso, julgava o seu "anti-semitismo" uma forma de ANTI-RACISMO e não de racismo, e isso pode ser confirmado pela seguinte passagem de "Judaísmo, Maçonaria e Comunismo", pág. 10: "Entre nós, o anti-semitismo não póde provir dum sentimento racista, porque o brasileiro é eminentemente contrário a qualquer racismo; porém, dêsse sentido exatamente anti-racista. O que traz o mundo nos sobressaltos continuos atuais, minado pelo revolucionarismo e pelo terrorismo, é justamente o racismo judaico. O judeu não se mistura com outros povos, mantem através dos séculos a pureza de sua raça, e, dentro das outras nações, alicerçado nêsse racismo, conserva a sua nacionalidade, feito um Estado dentro do Estado"(Gustavo Barroso, "Judaísmo, Maçonaria e Comunismo". Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1937. 235 págs., il.). Portanto, paradoxalmente, ele era um "antissemita" por ser antirracista... Evidentemente, não estou entrando no mérito da justeza ou não da apreciação barrosiana sobre os judeus, só estou dizendo que ele não se entendia como racista, e atribuir a ele intenções racistas redundará numa compreensão viciosa e viciada do seu Pensamento. Também não pretendo tapar o Sol com a peneira, pelo contrário, estou querendo impedir que seus raios sejam interceptados por algum material opaco...
Não concordo, não posso concordar que se coloque o Pensamento Barrosiano numa camisa de força ideológica, pré-estabelecida, que assim pode ser caracterizada: Todo o antissemitismo é racismo; ora, Gustavo Barroso era antissemita, logo, Gustavo Barroso era racista. Sinto, me perdoem, mas não posso compactuar com tal silogismo – um belo sofisma! -, um reducionismo que não esclarece coisa alguma, ao contrário, só serve para dificultar a apreensão e compreensão da Obra Barrosiana em sua especificidade.
Já transcrevi aqui dois trechos de Gustavo Barroso, em que ele diz claramente que o seu antissemitismo não é racismo. Que ele não enfocava esse tema sobre o prisma racial, ele o diz desde a primeira Obra em que aborda a “Questão Judaica”(como se dizia na época), “Brasil, Colônia de Banqueiros”, onde afirma na pág. 71: “O anti-semitismo é muito mais antigo que o cristianismo. Nem foi creação dêste. Porque o judaísmo foi o problema mais dificil e perigoso de todos os tempos, não como problema racial ou religioso; porem como problema politico e econômico”(Gustavo Barroso, “Brasil, Colonia de Banqueiros. 2ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1934, 259 págs.).
Vejam o que diz Barroso no “Judaísmo, Maçonaria e Comunismo”, pág. 128: “Não somos racistas e encontramos apesar de natural simpatia pelo Nazismo, graves defeitos no racismo germanico, os mêsmos que brilhantemente aponta Pierre Lucius no seu livro “Les Révolutions Étrangéres”. Um brasileiro profundamente brasileiro e ao mesmo tempo descendente de raças as mais diversas só por um contrasenso seria racista. Aliás, o estudo constante e amoroso de nossa história mostra que a Nação brasileira é o produto de um espirito de continuidade, de um sentimento e de um pensamento comuns, sem cor de pele ou indagação de procedencia. “Então, por que combate sem coerencia o judaismo? Perguntarão os abelhudos. E responde-se, serenamente: Combate-se o “racismo judaico” em nome da ausencia de racismo brasileiro. Não se pode admitir que o povo de Israel entenda de se não misturar com os outros, de ser um quisto irredutivel no seio de todos os povos; não se póde admitir que os judeus nascidos no Brasil pertençam a “colonias israelitas” e a toda a espécie de organizações israelitas públicas e secretas”(Gustavo Barroso. “Judaismo, Maçonaria e Comunismo”. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1937, 235 págs., il.).
No livro “Sinagoga Paulista” – que tanta celeuma causou -, no meio de um capítulo em que critica um judeu paulista, revela nas págs. 68 e 69, que o filho do dito judeu é Integralista e mais, que esperava que o mencionado judeu “imite o filho, vista uma camisa-verde e venha trabalhar conôsco”(Gustavo Barroso, “Sinagoga Paulista”. 3ª edição revista e com acrescimos. Rio de Janeiro: Empresa Editora ABC, 1937, 281 págs.). Ora, se Barroso fosse um antissemita racista, não seria mais lógico que ele combatesse a entrada de judeus na A.I.B. ao invés de concitá-los a vestir a Camisa-Verde?
Poderia multiplicar as citações, mas, para quê? Afinal, para os inteligentes, as que fiz serão suficientes. Para os demais, basta o dito de nosso sábio Povo: Quem é burro, pede a Deus que o mate e o diabo que o carregue.
Não conheci Barroso, mas, fui amigo pessoal de vários Integralistas que o conheceram e privaram de sua amizade – só para citar um, o Companheiro Benedicto de Aquino, que aparece depondo no filme “Soldados de Deus” -, e, posso afirmar com tranquilidade e certeza do que estou dizendo que, Gustavo Barroso não nutria qualquer preconceito racial em relação aos judeus. Ninguém é obrigado a acreditar na minha palavra, mas, isso não alterará a verdade em nada.
Só quero deixar bem claro que, não tirei da Obra de Barroso nada que ela não contivesse, ao contrário dos pseudo-historiadores, que atribuem a Barroso opiniões que ele nunca externou. Barroso não era racista, e os que prosseguirem mantendo este julgamento, não estão mais no terreno da razão, mas, no da crença, crença pessoal e ideológica, de que Barroso era racista. Não conheço toda a Obra de Gustavo Barroso, que é imensa - só perde para Coelho Netto em número de livros publicados -, mas, já li todos os seus Livros Integralistas, vários anteriores ao Sigma, e diversos posteriores ao fechamento ilegal da A.I.B. pelo funesto Estado Novo, e adianto que nada encontrei neles que justificasse a afirmação de que Gustavo Barroso era racista. Portanto, concluindo, não estou no terreno da crença, mas, no da Verdade, no da autêntica Ciência Histórica, no terreno dos fatos e dos documentos, e, portanto, posso afirmar com toda a Razão: Gustavo Barroso era antirracista.
Antes de finalizar, não posso deixar de abordar um aspecto que ficou em aberto mais acima: Não seria exagerada a opinião de Gustavo Barroso em atribuir aos judeus uma posição racista? Ora, todos nós que convivemos com judeus, por qualquer razão, podemos dar o nosso testemunho de que os mesmos não são racistas, muito pelo contrário. Então, como explicar a surpreendente generalização de Barroso? Na época em que escreveu sua denúncia, a maioria dos judeus no Brasil era de estrangeiros, recém-chegados, portanto, com as cautelas comuns aos imigrantes – judeus ou não -, o que reforçaria o estereótipo do judeu que não quer integrar-se na Vida Nacional. Nós, que vivemos sete décadas depois, quando duas gerações de judeus – filhos e netos daqueles imigrantes -, não só nasceram, mas se deixaram assimilar perfeitamente pelo nosso Povo, sendo bons Brasileiros, sem os pruridos exclusivistas de seus avós, temos uma visão da colônia judaica de que não poderia dispor o ínclito Gustavo Barroso. Evidentemente, não estou dizendo que não existam judeus racistas, eles existem e são ativos, como o prova – só para citar um exemplo -, o artigo da revista judaica “Veja”, de tempos atrás, onde os judeus – também tomados generalizadamente – são apresentados como superiores aos demais Povos.
Outrossim, entre os próprios judeus há manifestações de anti-judaismo, e exemplo famoso e inquestionável é o do judeu Kyssel Mordechai, mais conhecido por Karl Marx, que no seu “A Questão Judaica”, denuncia generalizadamente o judaísmo. Portanto, se algum fanático, desses que veem nazistas até debaixo da cama, quiser vir com acusações ridículas, sugiro que vá primeiro fazer uma autocrítica junto dos seus pares e depois, venham... nos pedir desculpas – aos Soldados de Deus e da Pátria – pelas injúrias que sempre assacaram contra o Integralismo.

(Obs.: Em todas as transcrições conservei a ortografia da época)

Fonte: http://integralismo.blogspot.com.br/2010/05/gustavo-barroso-racista-sergio-de.html

Capitalismo - Propriedade – Burguesia

Gustavo Barroso

A tática dos comunistas marxistas foi sempre estabelecer confusão entre as palavras - capitalismo, propriedade, burguesia, riqueza, capitalista, de significação diversa da que lhe emprestam, com o único fim de lançar as classes da Nação umas contra as outras e mais facilmente a destruir.

O Integralismo precisa dar a essas palavras seu verdadeiro significado  e o Integralista deve sabê-lo.

Capitalismo não é a propriedade. Capitalismo é o regime em que o uso da propriedade se tornou abuso, porque cada indivíduo pode, se tiver dinheiro, especular no sentido de fraudar e oprimir os outros. Capitalismo é o regime em que o uso da propriedade se tornou desordenado, porque cada indivíduo pode agir à vontade e produzir sem se preocupar com as necessidades da coletividade, causando o desemprego, as falências, os salários ínfimos e a carestia da vida. Capitalismo é o regime em que um indivíduo ou um grupo de indivíduos pode açambarcar as propriedades por meio de trustes, cartéis ou monopólios. O Capitalismo, portanto, em última análise é um destruidor da propriedade.

A propriedade não deve e não pode ser suprimida. Deve e pode ser disciplinada. A propriedade é a projeção do homem no espaço, a garantia de sua velhice e a estabilidade de sua família. A propriedade é legítima quando provém do trabalho honesto e quando empregada no sentido do interesse nacional. Deve ser dada a todos quantos a mereçam sem distinção de classes. A propriedade obtida desonestamente não deve ser mantida. A propriedade empregada em sentido contrário ao interesse nacional deve ser posta nos seus verdadeiros termos. Por isso, o Integralismo só admite o direito de propriedade condicionado pelos deveres do proprietário.

Capitalista não é todo indivíduo que possui dinheiro. Há capitalistas produtores e benéficos como há capitalistas aproveitadores, especuladores, ociosos e indolentes. Há capitalistas chefes de empresa que trabalham mais do que qualquer dos seus operários. A palavra capitalista não tem o significado limitado e pejorativo que lhe emprestam de caso pensado os comunistas.

Burguesia não é uma classe, é um estado de espírito. Burguês é todo indivíduo que só pensa em si, que vive somente para si. Se for dono duma fábrica, não hesitará em atirar à miséria todos os seus operários para não diminuir um vintém de seus lucros. Só será pela união e pela paz social dos Brasileiros, se isso lhe der lucro. Só compreende a solidariedade nacional em seu proveito. Só pensa na miséria de seus compatriotas para fazer dela um degrau para subir. É um indivíduo nocivo.

O espírito burguês limita os horizontes aos interesses pessoais. Há grande número de operários, de sindicalistas e de agitadores comunistas que têm espírito burguês, como há muita gente da chamada burguesia que o não possui.

O que se deve combater não é a denominada classe burguesa, porém a casta que quer sozinha governar o país. O Integralismo é contra a luta de classes e, portanto, contra o domínio duma casta. O governo deve ser exercido por uma elite recrutada em todas as classes e formada pelo estudo, pela luta, pelo trabalho e pelo sacrifício. NUNCA PELO DINHEIRO!

A supremacia do dinheiro é ilegítima. A supremacia dos valores intelectuais e morais é legítima.

O Integralismo quer e organizará um governo legítimo.

BARROSO, Gustavo. O que o Integralista deve saber. 1. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1935; transcrito integralmente das páginas 135, 136 e 137.